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Pai solteiro estava consertando sua caminhonete quando duas meninas gêmeas correram até ele chorando: “Mamãe não está acordando!” Próximo…

“Vamos ver o que temos aqui,” ele disse gentilmente.

As meninas olharam para ele com olhos arregalados e cautelosos. Uma delas sussurrou: “Você pode consertar?”

Jack sorriu. “Eu posso consertar quase tudo.” Ele tirou uma chave de fenda do bolso de trás e soltou a roda em menos de um minuto. Os rostos das meninas se iluminaram. “Obrigada,” disseram em uníssono.

Noah sorriu, radiante. “Eu sou Noah. Quais são seus nomes?”

A mais quieta disse: “Ella.” A ousada sorriu. “Emma.”

Foi assim que começou. Nas semanas seguintes, as meninas Ella e Emma começaram a aparecer na garagem com mais frequência. Ella era a quieta, pensativa e cuidadosa, sempre observando antes de agir. Emma era o fogo, sempre fazendo perguntas, sempre se movendo, sua risada brilhante e contagiante. Elas se sentavam em caixotes virados e observavam Jack trabalhar. E Noah mostrava a elas seu projeto mais recente, alguma peça de motor desmontada ou um robô improvisado construído com fios e baterias sobressalentes.

Jack nunca perguntou onde a mãe delas estava. Ele achava que ela estava ocupada. Pessoas ricas geralmente estavam. Mas ele notou a forma como as meninas pareciam famintas por atenção, por calor, por alguém que simplesmente as visse.

Certa tarde, enquanto Jack estava fechando a loja, ele a viu, a mulher da propriedade. Ela estava na borda do lote, meio escondida pela sombra de um poste de luz, os braços cruzados, observando. Ela não se aproximou. Apenas ficou ali, parada como uma estátua. Jack pegou o olhar dela por uma fração de segundo, tempo suficiente para ver algo que ele não conseguia nomear. Solidão, talvez, ou medo, algo cru e sem defesas. Então ela se virou e foi embora, seus saltos clicando suavemente no asfalto. Jack ficou ali por um longo tempo depois que ela se foi, sentindo algo agitar em sua memória, algo que ele não conseguia identificar, algo que parecia deja vu envolto em névoa.

 

O Resgate

 

Jack estava apertando os parafusos de uma transmissão, Noah lhe entregando as ferramentas, quando ouviu os gritos. Não era brincadeira. Não era o som de crianças se divertindo. Era cru, em pânico, o tipo de som que faz o sangue de todo pai gelar.

Ele largou tudo e correu. Ella e Emma vieram correndo pelo beco, os rostos brancos, lágrimas escorrendo, as vozes roucas e embargadas.

“Papai, papai, por favor. Mamãe não está acordando.”

O coração de Jack parou. Ele não as corrigiu. Ele não fez perguntas. Ele não pensou. Seus instintos de bombeiro assumiram o controle. Ele apenas correu. Noah estava logo atrás dele, seus tênis batendo no asfalto.

Eles irromperam pelos portões da propriedade, que haviam sido deixados entreabertos, e entraram no foyer de mármore de uma casa que parecia mais um museu do que um lar — fria, imaculada, sem vida.

Saraphina estava caída no chão da sala de estar, entre um sofá de couro branco e uma mesa de centro de vidro, pálida como a morte, a mão pressionada contra o peito, a respiração vindo em suspiros rasos.

Jack se ajoelhou ao lado dela. Seu treinamento de bombeiro entrou em ação como memória muscular. Ele checou o pulso dela — fraco, mas presente, batidas irregulares e falhando. Ele inclinou a cabeça dela para trás, limpou as vias aéreas, certificou-se de que a língua não estava bloqueando a garganta.

“Ligue para a emergência! 911!” ele ordenou a Dolores, que estava parada congelada no batente da porta, a mão pressionada contra a boca.

Emma estava soluçando, engasgando entre os gritos. Ella estava quieta. Sua mão pequena segurava Noah com tanta força que seus nós dos dedos ficaram brancos. Jack manteve a calma. Ele tinha que manter. Ele manteve os dedos no pulso de Saraphina, contando as batidas, observando o peito dela subir e descer, falando com ela mesmo que ela não pudesse ouvi-lo. Fique comigo. Você vai ficar bem. Apenas fique comigo.

Quando os paramédicos chegaram, eles trabalharam rápido, colocando-a em uma maca, conectando-a a monitores. Movendo-se com eficiência prática. As gêmeas tentaram segui-los, mas Jack as pegou as duas, uma em cada braço.

“Vocês vêm comigo,” ele disse baixinho. Elas não argumentaram. Elas enterraram os rostos em seus ombros e se agarraram forte, seus corpos pequenos tremendo. Noah entrou no caminhão de Jack sem ser perguntado, e eles seguiram a ambulância para o hospital, as sirenes uivando através da tarde cinzenta.

No hospital, Jack se sentou na sala de espera com as três crianças grudadas nele. As luzes fluorescentes zumbiam acima. O cheiro de antisséptico pairava no ar. Noah estava quieto, os olhos arregalados, a mão apoiada no ombro de Ella. Ella havia parado de chorar, mas não havia dito uma palavra. Emma estava traçando círculos na palma da mão de Jack repetidamente, como se fosse a única coisa que a mantinha no chão.

Um médico saiu uma hora depois. Saraphina tinha uma condição cardíaca, uma arritmia, não diagnosticada anteriormente. Ela havia desmaiado por estresse agudo e exaustão. Ela ficaria bem, mas precisava de descanso. Descanso de verdade? Jack perguntou se podia vê-la. O médico hesitou, olhando para as meninas, então concordou.

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